Segunda-feira, Março 30, 2009

Ohhh

Ohhh... primavera! Eterna paixão!
Trocam-se beijos, afastando o frio.

Ohhh... folhinhas! Jovem natureza!
Voam insectos, lavrando a inocência.

Ohhh... clorofila! Soberba na energia!
Respira oxigénio, purificando a vida.

Ohhh... Luz! Cresce dia após dia!
Iluminas trilhos, encontraste-me o caminho.

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Terça-feira, Fevereiro 03, 2009

Recordar o descanso

Recordar a calma quotidiana é um privilégio que muitas vezes me passa ao lado. São horas desgastadas no trabalho, são minutos desligados da vida e no desleixo. Esquecido dos prazeres que nunca pensei rejeitar...

Hoje ganhei uns segundos de sobra e o reconforto fez-se sentir nas batidas da música e nas poucas linhas que hoje vos escrevo. Poucas palavras mas resumindo este breve sentimento de descanso (especial)!

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Sábado, Novembro 22, 2008

Tolices... doidas parvoíces

Idealizamos,
Ideias brilhantes quando sonhamos.

Ouvimos,
Crentes na sua filosofia.

Assimilamos,
Poucas palavras e alguns retratos.

Acordamos,
Baralhados e mal humorados.

Levantamos,
Na maior preguiça diária.

Espelhamos,
Uma imagem, um caos matinal.

Trabalhamos,
Crentes num futuro a termo incerto.

Alimentamos,
A força que nos dá vida.

Amamos,
Na mais bela e inesgotável força.

Divertimos,
Algures no tempo que restou.

Alcoolizamos,
Na bazófia, num rebuliço.

Adormecemos,
Esquecidos, na ausência de sentidos.

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Quarta-feira, Novembro 12, 2008

PENA - As verdadeiras Estórias :: Mobilização

Estamos a mobilizar pessoal para publicarmos um PDF no blog, uma coisa chamada :
"P.E.N.A. - As Verdadeiras Estórias"

A ideia base consiste em reunir um conjunto de testemunhos, sobre a sua visão dos últimos seteanos, preferencialmente centrados na PENA, mas não obrigatoriamente! A ideia não é ter apenas relatos dos autores do Blog mas também dos leitores, amigos, críticos...

Para garantir a imparcialidade será feito nos seguintes moldes (ainda retórico):

A pessoas enviam o seu texto, este é agregado aos demais depoimentos. Todos os participantes serão convidados a comentar os textos dos outros particiantes. Finalmente o material será recompilado e Voalá... temos a versão final online.

Quem tiver interessado basta adicionar o seu nome e email no seguinte formulário:
https://spreadsheets.google.com/viewform?key=pP6Diq10Foq2QoXuE0bV5Bg&hl=pt_PT

Serão dadas mais instruções por email até final do mês.

Aproveito para convidar todos os interessados para uma reunião na Portvgalia do Cais Sodré, dia 22 de Novembro, pelas 15:30. O objectivo da reunião é discutirmos ideias e traçar objectivos para a expansão do projecto PENA nos próximos tempos. Se preferirem Almoço digam...

Conto com a vossa participação.

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Domingo, Novembro 09, 2008

II Jantar tertúlia D´Pena

Ontem foi o grande dia... E grande foi a fila de autocarros a caminho a Baixa de Lisboa... nunca visto
Começamos a ramboia na esplanada da Portvgalia do Cais do Sodré, com umas Boémias de Ouro e umas imperiais menos douradas:
Prosseguimos finalmente para o destino escolhido, Alessandro Nannini, na Baixa:
Tivemos entradas:
E finalmente a cultura:

Houve modelos alternativos:
O Staff de segurança:


A lista de Músicas:
  • November Rain - Guns N' Roses - APC
  • Unnatural Selection - Ayreon - Chas.
  • Black Soul Choir - 16 Horsepower - Sackcloth 'n' Ashes - Captain Dildough
  • Young Gods - Envoyé - Paulo (por lapso não estava na lista)
  • Opus Dei - Laibach Opus Dei - Jantarada
  • Iter Impius - Pain Of Salvation Be - João
  • Another World - Antony & the Johnsons - Another world ep - Vanessa
  • Starlight - Muse - Black Holes & Revelations - Tiago
  • The Noose - A Perfect Circle - Thirteenth Step - Vaz
  • Metatron - The Mars Volta Bedlam in Goliath - Norsk Tørskfisk
  • (Diz) A verdade - Paulo Praça & Os Bons Rapazes - André Silva
  • Rosa - Rodrigo Leão - Luísa
  • Far beyond metal - Strapping Young Lad - The New Black - Artur
  • Tom Traubert's Blues (Four Sheets to the Wind in Copenhagen) - Tom Waits - Small Change
  • Na tua ausência - Toada Coimbrã - Alphatocopherol
  • You can´t say what you want - Texas Greatest Hits - Cátia

(Um das músicas não adicionei por desconhecer o autor e o nome. Quem a escolheu que se acuse! :P)

Podem consultar algumas das fotos aqui:
Fotos Chas.

Fotos APC

Serão actualizadas durante os próximos dias, ficaremos à espera das vossas!

Obrigado a todos, pela empatia e companheirismo cultural!

Até à próxima!

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Terça-feira, Outubro 14, 2008

II Jantar Tertúlia d' Revista P.E.N.A. - 8 Novembro



O grande Jantar Tertúlia da Revista P.E.N.A. aproxima-se a passos largos, é já dia 8 de Novembro!

Convidamos todos os visitantes do BLOG para comparecerem a partir das 18h com um livro, uma música e usufruírem de todos os prazeres literários.

A música pode ser enviada para o seguinte email: geral(arroba)com-palavras.com até dia 31 de Outubro. Serão posteriormente reproduzidas durante o evento.

Para confirmarem a vossa intenção de ingresso utilizem o seguinte formulário: https://spreadsheets.google.com/viewform?key=pP6Diq10Foq2tzoGtYD85AA

Haverá à disposição: entradas, jantar (com bebida à descrição), sobremesa e café.
O ingresso terá o valor simbólico de 13 euros por pessoa.
Local: Alessandro Nannini - Baixa de Lisboa (maps)
A duração máxima da Tertúlia serão 4-5 horas (fecho do estabelecimento: 23h).

Para os estreantes, estou certo que irão adorar!!
Fico a contar com a vossa participação!

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Terça-feira, Outubro 07, 2008

Petrificando a memória



Sinto o húmido aviso...
Depressivo e sentido.
Sinto-o quente, o sorriso...
Relampejando adormecido!

Áspero, o teu rosto...
Imaculado e bonito.
Entristece no desgosto...
Petrificando como granito.

Entoa na lembrança...
No eco intemporal!
Optimismo é esperança,
O pessimismo imortal!

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Terça-feira, Setembro 23, 2008

Foto Vencedora - II Tertulia d' A Revista P.E.N.A.

A fotografia vencedora:
Obrigado a todos pela colaboração.

Nos próximos dias será apresentado o flyer promocional, fiquem atentos!!

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Sexta-feira, Setembro 19, 2008

Votação de Fotos - II Tertulia d' A Revista P.E.N.A.

Boas,

Recebi poucas fotos (6 a contar com as minhas) o que me surpreendeu pela negativa, esperava mais alguma receptividade...
Como o prometido é devido vamos submeter as fotos a votação.

As regras são: os Autores não podem votar na deles próprios; devem atribuir um valor de 1 a 4, sendo que o 4 é a nota mais alta; A votação terminará dia 22 deste mês; só serão validados votos que sejam assinados e reconhecíveis.

Fotos do Artur (A e B)



Fotos André (C e D)

Leonardo (E e F)

Boa votação!!!

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Terça-feira, Agosto 05, 2008

A Música (descrição de 4 minutos de prazer)

Som....
Uma guitarra electrizada.
Ritmo...
Uma bateria endiabrada.

Solo...
Respiração de emoção. 
Voz...
Uma magia teatral.

Música...
Abordagem espiritual.
Refrão...
O momento de reflexão.

Sinfonia...
Pura acção dos sentidos.
Harmonia...
Descanso meus ouvidos.

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Domingo, Janeiro 13, 2008

Cela Melancólica

Silêncio...

Não fala, não ouve, nem quer ver...

Escuridão...
Amargurada não passou pelo tempo.
Devolveu-me os seus segundos,
Aguardando pelo pior momento.

Melancolia...

Penso... em nada, ou em tudo...
Revejo parte das memórias.
Perdido do mundo, no seu imaginário,
Entrelaço as mãos sem nada fazer.

Perdido...

Aterrorizado... Imobilizado e inútil...
Segredei com o inconsciente humano,
Violando a força de vontade e a razão.
Perdi-me na sua ilusão...

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Quinta-feira, Novembro 22, 2007

Mais um Outono

Sinto o frio e o vento...
A pele seca, os lábios também.
Sinto a chuva e o ar sombrio...
A voz rouca, trovejando além.

A sombra em mim desapareceu,
O céu cobriu e a água à terra desceu...

Sinto a luz e o som...
A natureza relampejante.
Sinto o medo e a aproximação...
A energia trespassante.

O medo em mim desvaneceu,
E a terra molhada ao céu agradeceu...

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Sábado, Setembro 22, 2007

Jantar Tertúlia d´A Revista P.E.N.A.

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Sexta-feira, Agosto 31, 2007

O Poema deles

Este poema é dedicado aos 4 anos do Blog d' A Revista P.E.N.A. Quatro anos de puro prazer literário. Para quebrar a rotina de reflexão, escrevo este poema dedicado às milhares de ratoeiras e tentativas que todos nós já tentamos pregar uns aos outros: "Eles vieram?". Por tudo isso, "O Poema deles", dos gajos sem juízo e enlouquecidos, de todos nós. Bem haja...

Todos perguntam por eles,
Numa rotineira paixão.
Não há saída ou diversão,
Que arrefeça essa tentação.

Soa sempre a companheirismo,
Na igreja ou no campismo,
Num bar ou a jantar,
Todos gostam de treinar.

Se és novo camarada,
E o tempo não pára,
Alguém te tentará a piada,
Para estimular sua tara.

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Segunda-feira, Dezembro 11, 2006

Caminhando para o Inverno

Noite...
Triste, ver desaparecer contigo a vontade.
Deito-me sonhando no amanhã, na nova alvorada.

Frio...
Olhar pela janela e sentir como o corpo regela.
Os pés já não sentem a ombreira sibilando.

Quente...
O fogão, e a água que se entornou...
Os olhos reencontram um brilho....

É dia...
De liberdade, aquecida no frio que não desaparece.
No consolo o espírito conquista uma nova energia.

É dia! Mas na vida um ciclo tem diferentes realidades.

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Segunda-feira, Maio 08, 2006

Concurso literário de Santiago do Cacém

O meu texto veio de encontro a uma ideia do Norsk TørskfisK, que eu e o Stein apoiamos.

A minha pergunta é a seguinte:
Querem que a PENA concorra com os textos dos autores que assim autorizarem, como um todo? Ou então se quiserem podem concorrer indivualmente.

Podem ver o regulamento - ver regulamento aqui-

Quem concordar deixe aqui nos comments a vossa intenção ou por email. Caso o número de interessados justifique submeteremos a concurso.

(Não se esqueçam que caso queiram é necessário corrigir alguns erros dos textos e que cada um se responsabilizará pelo seu :P)

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Quarta-feira, Março 29, 2006

Saudades

A chuva começa a cair pela madrugada ... a água que cai são lágrimas de saudade... o vento forte sopra, deixando-me sem forças... mas o coração continua chamando por ti...
O teu olhar... uma recordação de um momento... o teu rosto... o carinho... e os meus lábios pensando nos teus...

Hoje aqui, distante.... sentindo a saudade apertando... queria estar contigo para te sentir... para te mostrar o quanto te amo... mas resta-me deixar o tempo passar... para nos teus olhos navegar e nos teus lábios voltar a respirar...

Espero por ti amor... no meu coração...

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Quarta-feira, Janeiro 11, 2006

Testemunho matinal

Deixo o frio matinal percorrer-me pela manhã, longe do aquecimento espiritual de outros tempos.
Saudades, saudades do tempo sempre meu, dos caminhos e dos amigos... e do regresso em paz.
Olho para a ponte... Por baixo dela passo...

Quem me dera passar por cima... deste sentimento...
Afinal a vida é o momento... e esquecer apenas adia o tormento deste sofrimento.

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Sexta-feira, Dezembro 16, 2005

A REVISTA P.E.N.A. nº VII - Regresso da pérola

Venho aqui publicar pela primeira vez na história deste blog a continuação da tão esperada A Revista P.E.N.A.. Espero que gostem da ideia e que esta versão em PDF possa circular num futuro próximo, de preferência em papel. Para já limitamos este número ao BLOG mas nos próximos dias(1-3 semanas), vai estar disponível numa edição em papel limitada a 20-30 exemplares, se alguém desejar que nos peça.

Os textos foram selecionados pelos quatro administradores do site com-palavras.com pelo que alguma sugestão ou crítica deve ser reencaminhada para o mail geral@com-palavras.com.

PENA nº VII

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Segunda-feira, Novembro 07, 2005

Onde andarão...

Onde andarão os pássaros?
Que enchiam o olhar de alegria e espanto?
Onde andarão os sonhos
Que não sabem onde voam eles?
Ouvidos adormecidos no silêncio contínuo,
Sem o som do seu canto!

Melancolia noturna, rotina surda,
Em qualquer lado que se durma.
Não se vê sua sombra nem seu vento
E cada momento sopra no desalento.
Sozinhos caminharão um dia, quem sabe,
Na natureza tudo é uma incerteza...

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Quarta-feira, Agosto 03, 2005

Ventos de Mudança

O vento da mudança soprou
Nos ecos mudos da solidão
Ninguém lhe estendeu a mão
Quem o perdeu nunca o alcançou

No vento entoa a voz ferida
Nos espaços vazios do coração
Ninguém escuta com razão
Quando sente a força perdida

O vento acalmou adormecido
No silêncio triste da condição
Ninguém olhou para o clarão
Quem não o viu foi esquecido

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Quarta-feira, Abril 27, 2005

Sombras negras

Sombras negras esvoaçam no pensamento,
Que com melancolia distorce a realidade.
Vergonha cega, fugitiva da verdade,
Foge do mundo, alimentando o ressentimento.

A solidão abre a mão ao desconhecido,
Erguendo sua muralha, o egocentrismo.
O recalcamento da ira, o negativismo,
Adormeceu o mundo, deixando-o perdido.

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Terça-feira, Abril 12, 2005

Viagens

Longe vão as viagens do ser,
Perdidas da emoção e da vida.
Prazer libidinoso, imaturo...
No futuro cresce e torna-se maduro.

Mão jovem procurou...

Procurou desvendar o mundo,
Navegar pela lógica negra da vida.
Mas medos travaram-lhe o caminho...
Vozes interiores negavam conhecer.

A mão adolescente tremeu...

Abrandou a conquista obscura,
Aproximou-se da emoção.
O coração batia, maduro...
Tinha encontrado o seu futuro.

A mão que restou...

Caminha devagar no seu lugar.
Pois a viagem há de terminar.
Paixão e memória, darão o fruto!
Os último suspiros, serão a vida.

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Domingo, Janeiro 30, 2005

Reencontro

Toca a porta, caminho até ela, alguém sussurra, estendo a mão e agarro a chave, a voz soou baixo, seguro-a firme, não entendo, aproximo o olho para espreitar, volta a tocar a campainha, pergunto “quem é?”, a voz macia pronuncia um nome, vejo uma silhueta ao longe, o nome vibra nos ouvidos, eu respondo “que fazes aqui? Vou já abrir!”, ela sorri e aproxima-se mais, afasto-me da porta e rodo a chave num ruidoso roçar de ferros sentindo o coração bater de emoção, abro a porta, sinto um beijo profundo e uma mão carinhosa a agarrar a camisola, foco os olhos cruzando os dela, ela olha-me nos lábios e solta um sorriso de paz e paixão, respondo com um beijo, as palavras não saem, sentimento comum num reencontro, o olhar é guarnecido e num abraço unido.

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Sexta-feira, Dezembro 03, 2004

Inconsciente

“A razão chama por mim,

Na realidade do cansaço,

Na cama que desfaço,

Acaba mais um dia, enfim…”


Pelas ruas semi-vidradas do inconsciente vibram vozes nas janelas, nelas sorriem pessoas alegremente. São como tons de cristal a organizar a minha orquestra mental.
A melancolia, numa janelinha ao fundo, quebra a organização musical. Partem-se vidros em infinitos estilhaços como refugiando-se na sua pequenez. A janelinha aproxima-se transformando a melancolia em malvadez. Já não há pessoas a sorrir, apenas rostos a partir, escondendo-se do mundo, tentando refugiar-se nas suas origens, mas a dor acaba por derrotar-me a mim também.

“O coração olha para ti,

Na imaginação da dor,

Na cama uma chama de amor,

Acabo mais uma noite, sem ti…”

Ecos relembram-me do mundo imaginário, como um aviso. Talvez nem tudo seja imaginário, talvez nem tudo seja um sonho, talvez algum pessimismo… Oriento-me em direcção ao que não sou, ao que não acredito. O medo persegue-me e não desaparece… Tudo em mim enlouquece…


“Na escuridão olho pelo mundo,

E não o vejo,

Com um desejo

De querer sair do fundo…”

Sem nada a apoiar meu inconsciente tento adormecer novamente.

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Segunda-feira, Outubro 18, 2004

Sentido "Escaldante"

Um toque de paixão
Vibrou naquela noite
Numa música celestial.
Fora de controlo
Senti o calor invadir-me,
Sem sentido.
Fechei os olhos
Possuindo a imaginação...
Algo chamava por mim,
Um toque de razão!?
Não!!!
Algo mais chamava por mim,
Minha mão sentia calor,
Meus lábios sentiam o sabor,
Meu nariz sentia seu odor,
Era seu, só seu…
Agachei-me sobre seus pés
Beijei-os… E fui subindo…
Seu desenho corporal
Reluzia no meu inconsciente…
Curvas de prazer sentindo o calor,
Escondidas no sabor,
Satisfeitas pela dor.
Tudo nela era mágico...
Tudo nela era meu, só meu…
Mas ao abrir os olhos
Tudo o que via nela se perdeu…

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Segunda-feira, Outubro 11, 2004

Outono

Mágica a voz que caminha por dentro da natureza, grave, aguda, por vez harmoniosa outras vezes melancólica, nem sempre a mesma mas a mesma voltará a ser…
Suas notas libertam folhas das árvores, que por vezes choram... disfarçando as feridas do tempo, entoando seu som estaladiço em gritos de revolta.
Mais um ciclo findou, não foi a vida que acabou, pois ainda agora tudo começou.

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Sexta-feira, Julho 30, 2004

Fantasias

Abriu a janela do seu quarto, o sol de inverno desfez-se no seu corpo nu e arrepiado pelo frio. O vento que provinha de norte desviava-se das suas formas como se temesse formar uma tempestade de prazer. Eram sopros de memórias e antigas fantasias, erguidas pelo suor do sol de verão. Testemunhos calados no silêncio de um mundo meio morto pelo medo das noites, das pessoas, da vida...
Sentimentos que a cada passo pela casa iam crescendo, como quem teme a solidão.
No corpo nu e gelado vestiu umas roupas justas e saiu de casa. No horizonte da rua, o branco misturava-se com o azul do céu, estava frio mas nem por isso as roupas que usava eram apropriadas. Sua alma aquecia-o, mas era o desepero e a tristeza que o orientava. Caminhou até não conseguir mais e deitou-se no chão. Já fraco e com frio dobrou-se sobre si mesmo, mas nem por isso temia o frio, o seu desespero ultrapassava qualquer limite físico. O congelar da razão e o sentimento de culpa deixaram-no a chorar, pensava ser forte e resistir à conduta natural do seu ser, pensava que suportaria um mundo sem sentimentos, pensava que a vida era feita de sonhos e fantasias, pensava ser capaz de tudo, de lutar em busca do prazer... Mas nessa manhã não foi capaz de lutar por si...

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Domingo, Julho 25, 2004

Estranha noite... (FIM)

Ficou pensativo, ao mesmo tempo que estava com curiosidade uma sensação de medo tomou conta dele, os pêlos dos braços ergueram-se perpendicularmente à pele, o coração começou a bater mais depressa e as pupilas dilataram. Ficou parado por uns instantes como se toda a sua energia tivesse sido deslocada para a periferia do seu corpo, por uns momentos o seu corpo reluziu como um raio e desapareceu...

Deu por si dentro da mansão, não tinha percebido como tinha entrado mas o medo tinha dado lugar a uma sensação de paz interior.
Estava na entrada da mansão, a entrada era enorme, o chão de mármore brilhante reflectia as pinturas do tecto, as paredes eram igualmente de pedra cinzenta e robusta, ao centro havia uma escadaria de pedra, largas e em curva. De cada lado da entrada havia um corredor comprido que era iluminado por uma janela ao fundo.

Por uns instantes sentiu-se perdido, mas uma voz dentro da sua cabeça disse para subir as escadas e ele subiu. Já no 1º andar foi dar a um corredor igualmente comprido e iluminado por uma janela ao fundo e com várias portas, ele contou sete. A voz continuava a indicar-lhe o caminho e ele continou acabando por entrar na sétima porta. Abriu a porta mas lá dentro não havia janelas e não via nada, apenas via aquilo que a luz do corredor permitia, o chão era de madeira negra. Entrou à mesma e fechou a porta, a voz tinha-lhe dito que quando fechasse a porta tudo se iluminaria, e assim foi. Na sala não havia um único objecto e esta não parecia ter fim, a porta tinha desaparecio, no horizonte via uma cor cinzenta e um tecto cinzento, ambos com a sensação de infinito, o chão tinha dado origem a um tapete azul que se estendia pelo horizonte da sua visão. Por uns momentos sentiu-se perdido, mas a voz falou-lhe de novo, e disse para ele fechar os olhos e guiar-se pelo seu novo sexto sentido. A voz era suave como uma criança, meiga como uma mulher, mas ao mesmo tempo tranquilizadora uma mãe. Ele não sabia qual era o seu novo sentido mas fez o que a voz lhe tinha pedido, e começou a andar arbitrariamente, sentia-se bem com o que ouvia. Continuou a andar e a andar por umas boas horas, até que a voz manda-o parar, e ele pára, nesse momento começou a sentir uma brisa e começa a ouvir relampejar, abriu os olhos e nisto deu conta que já era de noite e estava num penedo com vista para a cidade, e tinha uma criança a segurar a sua mão direita. Ao contrário do que tinha começado a acontecer ele via a criança, uma sensação estranha impediu-o de olhar para seu rosto e continuou a observar arrepiado para a trovoada. A voz falou de novo enquanto começava a cair granizo, por momentos ele sentiu que aquilo fosse um dejá-vu, mas a voz cautelosamente disse-lhe que aquilo que estava a ver era o amanhã... e a criança desapareceu...
Ao levantar-se dá conta que estava noutra dimensão, já não sabia que dia era qual, nem o que tinha que fazer, chamou o empregado e perguntou-lhe:
- Bom dia... Qual foi o último dia em que trovejou?
Ao que ele respondeu admirado:
- Bom Dia Srº Melt. Não me recordo muito bem mas tenho ideia que este ano ainda não trovejou...
Ele agradeceu e mandou-o retirar... Já não via esqueletos!
Nesse momento resolveu telefonar para a protecção civil alarmar que poderia acontecer uma catástrofe nessa noite, eles riram-se, dizendo que não havia dados ciêntificos que apontassem para esse facto.
E nessa noite o pior aconteceu...

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Quarta-feira, Julho 21, 2004

Estranha Noite... (parte2)

Tanto procurou que descobriu uma criança, a criança estava sentada no degrau de uma igreja, ela olhou para cima, na direcção da alma prateada e sorriu, e nisto a sombra caiu, como se ficasse sem asas. O vulto prateado levantou-se e procurou a criança mas ela tinha desaparecido... Com tudo isto Melt acordou, sentia-se pesado, não se recordava de nada do que tinha passado durante a noite. Tomou o pequeno almoço e romou em direcção ao trabalho, de carro conduzido pelo motorista... Ele era patrão de uma firma de robótica, o seu escritório estava situado no prédio mais alto da cidade, e tinha vista para toda ela. Ainda não se tinha apercebido da devastação que tinha ocorrido durante a noite e deu por isso quando reparou no vidro da janela do seu escritório, estava feito em pedaços. Olhou à volta de toda a cidade e reparou que toda ela estava desfeita, não havia telhados nem carros com vidros inteiros. Não se tinha apercebido de nada durante a viagem, porque ela era curta e tinha ido a ler um dos seus livros de poesia. Sentou-se na cadeira a reflectir, não percebia nada... O domingo tinha sido um dia em cheio, tinha conseguido contactar futuros clientes e depois de um almoço calmo foi passear pela cidade, a pé, até começar a sentir aquele mal estar. Já de noite, no regresso a casa, não avistou os simpáticos pássaros que espiavam o enorme jardim de sua casa, situada no bairro mais rico de Rain Maker. Esta sequência de acontecimentos não fazia sentido. Não conseguia concentrar-se e deixou o trabalho para os seus assistentes. Iria voltar ao mesmo restaurante do dia anterior para almoçar... No restaurante não notou nada de anormal e almoçou normalmente, desta vez vendo esqueletos a servirem-no. No caminho de regresso a casa apercebeu-se de uma casa, uma mansão antiga, e gelou. A mansão tinha um jardim enorme na parte da frente, as árvores eram centenárias e estavam rodeadas de musgo, musgo este que era tão espesso como os seus troncos. Decidiu trepar a vedação enferrujada, conforme foi passando pelo jardim foi-se apercebendo que este tinha aspecto de não ser tratado à muito tempo. Ao chegar junto da fachada da mansão notou que esta estava intacta, não tinha janelas partidas e lembrou-se de olhar de novo para o jardim, sim as folhas das árvores estavam perfeitas e a vegetação não parecia ter sido abalada pela devastação. Havia algo estranho ali. Voltou a saltar o portão para se certificar se as casas na periferia estavam destruídas, mas não, aquela era mesmo a única que tinha sido salva...

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Segunda-feira, Julho 19, 2004

Estranha noite... (Parte 1)

Caminhava Melt sozinho no seu bairro, quando notou a ausência de aves predadoras naquela noite. Os seus sentidos alarmavam-no, havia algo estranho, uma força desconhecida tinha-se apoderado do seu pensamento. Já não via as pessoas normalmente mas sim esqueletos andantes. Essa visão destorcida provocou nele forte indignação, não saberia qual a fonte desse mal. Dirigiu-se de imediato para casa, para o seu quarto e deitou-se .

Ao cair na cama adormeceu imediatamente, no entanto por detrás de um corpo exausto existia uma força interna vinda dentro de si e nisto seu pensamento exteriorizou-se, uma sombra negra ergue-se da cama e saiu para a rua. Por onde passava lenvantava poeira do chão e por cima de si nascia uma luz vinda do céu. As pessoas que passavam por ele não o viam, apenas sentiam um frio como nunca tinham sentido, viam o rasto de poeira no ar e uma luz azul no céu.
A sombra de negra passeou pelas ruas estreitas daquela cidade rural, deslocando-se para fora da cidade para um monte que a ladeava, e caminhou para o ponto mais alto onde se avistava toda a luz citadina. Subiu para um penedo, levantou as mãos e desenhou um círculo no céu, dando origem a uma trovoada arrasadora que se apoderou da cidade, pedras de granizo do tamanho de ovos partiam telhas e vidros de carros, amolgavam chapa e feriam pessoas. Depois de alguns minutos parou a trovoada e começou a pairar, dos contornos negros da sua sombra surgiram asas nos seus braços, o ceu capuz sobre a cabeça desapareceu e as pernas já se distinguiam uma da outra, toda a sua cor negra desapareceu dando origem a uma cor de prata. E nisto voou, voou sobre a cidade procurando alguma coisa...

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Sexta-feira, Junho 04, 2004

Natureza e Eu

Caminho pela rua sentindo um cheiro primaveril no ar. Por cada passo que dou sinto uma satisfação enorme por estar onde estou. Apetece-me voltar atrás e passar no mesmo sítio novamente, como desejando um deja-vu. Por entre as folhas verdes das árvores espreita a lua cheia, ela ilumina o meu destino por mais que pense que é traiçoeira. Na calçada sombria a cor branca das pedras confunde-se com o amarelo das flores. Uma perfeita sintonia de cor e cheiro invade-me o coração.

Não consigo pensar em mais nada, sinto uma satisfação enorme por estar a caminhar. Apetece-me correr pela rua fora, apetece-me trepar a tudo o que está à volta, apetece-me libertar das opressões, apetece-me ser o que realmente sou… apetece-me fazer parte da natureza.

Uma leveza espiritual tomou conta de mim, como se tivesse sido drogado, tudo à volta não interessa, sou apenas eu e ela. Uma cumplicidade interessante, eu gosto, ela também gosta e cada vez está mais bonita… Sinto que se não fosse parte dela, ela seria parte de mim.

Sinto… E contente caminho.

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Domingo, Maio 30, 2004

Domadora de desejos (II)

A noite caiu calma, quando os lábios se tocaram de novo, apenas tinha restado o prazer, e alguns corpos molhados. A sombra nua que se movia, desaguava suas curvas no descanso.
Já não havia nuvens e a estrela do poente que caminhava para horizonte tocou-lhe e fez dele seu amante…
A Lua, a nascente, erguia-se numa nova noite. Seus olhos deixaram de brilhar, já não havia força eterna que os fizesse despertar. Olhos de que cor?! De que expressão?! Uma recordação!? Por uns momentos pensou-se ser imaginação. Eram os Olhos do Mundo, Olhos do Coração… Não havia nada mais mágico que a domadora desejos… A tocar-nos com suas mãos… a soprar-nos seu calor… A inundar-nos de paixão…
Noite cheia de lembranças e sonhos, de futuro e fantasia, que nem a mais inabalável alma escapava a tamanha sabedoria. Uns perdidos da razão falavam sozinhos no sombrear dos desejos, todos queriam ser servos desse alguém, mas nem eles sabiam de quem.

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Sexta-feira, Maio 21, 2004

Domadora de desejos

Céu ficou cinzento enquanto seu calor corporal derretia a vela que iluminava o quarto escuro. O relampejar sombreava na parede vazia uma silhueta de nudez em tons de preto e rosa. Seus longos cabelos tocavam-lhe nas elevações frontais enquanto que sua perna magra estendida sobre o céu, fazia estremecer o brilho dos seus olhos. Água escorria-lhe pelo corpo como um ribeiro, e das suas curvas nasciam cascatas. Havia quem lhe chamasse deusa da trovoada, outros, domadora de desejos.
O relampejar parou quando sua aura se elevou, em terra ficaram as vontades e as obras de quem se fez estremecer pelo medo do instinto.
Caminha agora sozinha, iluminando o caminho, na terra molhada ergue seus pecados, no refúgio o pastor se acomodou e seu rebanho com menos um ficou.
Havia quem dissesse que ela era cruel, que ligava o céu e a terra como quem descarrega a raiva em alguém. Todos falavam dela como ninguém, mas ninguém soube dizer quem era quem.

(Contínua)

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Domingo, Abril 04, 2004

Regresso da Jovem Primavera

Regresso,

O sol quente abraça os espíritos,
Na sua rima matinal.
Onde vozes coloridas esvoaçam,
Onde a água mágica refresca
A primavera que regressa de novo.

Jovem,

Esta natureza revoltada,
Onde a beleza e a frescura.
Libertam sopros de magia.
Com cores diferentes,
Com odores infindáveis.

Tu,

Que te sentes diferente,
Com menos roupa pesada,
Com mais vontade de viver,
Com a beleza de um ser,
Sem motivos para esquecer.

E amanhã,

Ao acordar vamos querer voar
Nas asas do mundo pousar,
E ao regressar um sorriso
De quem do mundo tudo espera
Um momento, um amor a despertar.


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Quinta-feira, Março 04, 2004

Sonha longe

Estava a ouvir uma música e ao som dela apeteceu-me expressar um pensamento:

Sonha longe, sonha acreditando,
Ouvindo os corvos no céu
Escutando suas palavras,
Nas asas negras, uma lição.

Sonha longe, sonha vivendo,
Canta olhando o chão
Entoando seus sons,
Nos teus pés brancos, a razão.

Sonha longe, sonha esperando
Reproduz-te no horizonte
Simulando linhas brandas,
Na esperança tardia, a paixão.

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Algumas fotos antigas, outra não

Passagem de ano 2001-2002:
  • Degredo

  • Pessoal

  • Pessoal2


  • Cantina no 1º Ano 1999-2000:
  • Massarico


  • 2004, algumas cenas duvidosas de pessoas famosas:
  • Algo Estranho
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    Terça-feira, Março 02, 2004

    Apenas sentindo (3ª parte)

    Toda aquela luz verde intensa se acomodou aos meus olhos, transformando-se numa floresta verde e odorífera onde se destacavam pinheiros, sobreiros e toda uma vegetação inferior variada. Os pássaros cantavam e as urtigas picavam, as abelhas zumbiam e meus olhos seguiam. O calor aumentava e o meu corpo aquecia.
    A luz filtrada pelas folhas tornava aquele sítio um local excepcional, a natureza reflectia a sua maior beleza! Olhei o céu azul no zénite… E caí de tontura…
    Continuei perdido no desmaio. Estava numa floresta linda e tinha acabado de sair de uma gruta…Até que de súbito alguém me volta a chamar! Eram as árvores!? Não, mexia-se… não libertava odor, era igual ao meu… fechei os olhos e imaginei que estava a olhar-me, e nisto uma mão segurou a minha, aproximou-se, tocou seus lábios nos meus e sussurrou: “Encontraste-me!”.


    FIM

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    Sexta-feira, Fevereiro 06, 2004

    Apenas Sentindo... (2ª parte)

    Sentei-me numa pedra por instantes a reflectir, a pensar mais pausadamente… apercebi-me que estava vestido com uns calções e uma camisa. Nos bolsos encontrei algo mas não me apercebi logo o que era… pela forma era uma fisga?! Não!? Para que precisaria eu de uma fisga ali? Podia ser que dê-se jeito mais tarde… Continuei a procurar, havia mais alguma coisa nos bolsos, um papel amachucado, daqueles plastificados… e uma pedra!
    A minha arma de defesa estava completa… porque pensaria eu em arma de defesa?!
    Ouvi uma voz ao longe, era o meu nome… Seria coincidência? Dirigi-me lentamente na direcção do chamamento. A voz era meiga e doce, tinha um tom assexuado, seria uma criança? Que mundo seria aquele, onde havia crianças na escuridão?
    Passo a passo, entre pedras lisas e gélidas apercebo-me que os meus sons faziam eco várias vezes, seriam rochas à minha volta? Abri os braços a pouco e pouco até que sinto um dedo a tocar numa pedra, igualmente gélida, mas esta rugosa e mais robusta. Continuo a caminhar encostado à mesma.
    A voz continuava a ouvir-se mas cada vez mais suave, notando-se um som de fundo, pingos de água a cair, estes entoavam como de um poço se tratasse… Há já algum tempo que tinha reparado que estava dentro de um gruta, e que andava aos círculos. Tinha começado a sentir alguma luz, mas como as pedras eram negras não tinha acreditado que era mesmo real. Já sentia a forma dos meus pés e das minhas mãos… de súbito, no fim da curva, tudo se transforma numa luz verde que invade o meu corpo. Não conseguia ver mais nada à minha volta, apenas tons verdes a reluzir…
    (continua...)

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    Quarta-feira, Janeiro 21, 2004

    Apenas sentindo... (1ª parte)

    Levantei uma perna para o lado de fora, ouvi uma leve ondulação no tornozelo, um vulto sombrio reflectia no chão negro…

    Caminhei olhando o céu escuro que cobria todo o fundo à minha volta. Os pés molhados e frios eram as únicas imagens que pairavam nos meus sentidos. Uma nuvem encobria a Lua Nova. Não havia objectos, nem cores, só sons.
    Ao longe ecos dos meus passos faziam esvoaçar aves, (estranhas aves essas que das asas pareciam levantar o céu). Comecei a sentir uma aragem quente, como se de alguém se tratasse. (Ainda bem que a ave me fez a rasante, ao menos trouxe-me um sinal). Mas qual sinal? Seria exactamente o quê? Na ondulação de regresso a água não trazia nenhum acrescimento de temperatura!..Ela regressava?! Haveria terra sólida ao pé? Ou seria apenas uma rocha, ou alguém com os membros já gelados? Não fazia sentido... Contudo segui a direcção das ondinhas, calculando o tempo de regresso, ou seja, o dobro da distância tendo em conta a velocidade que estava a tomar... Estavam a demorar cinco minutos, sendo a minha velocidade média seis quilómetros por hora, estaria algo a 250 metros! O que seria?
    Continuei, mas mais cauteloso, redobrei a minha audição, o silêncio fazia eco no meu consciente. Passo a passo calco algo seco, uma rocha fria como nunca tinha pisado nenhuma, sentia uma superfície lisa como de vidro se tratasse. Continuei mais devagar para não escorregar, até que paro quando sinto uma aragem a vir na minha direcção, estendo um braço, algo estava a tocar-me. Estava gelada, a mão, algo me tinha tocado por uns instantes e desaparecera. Apenas tinha dado para perceber que esse ser não libertava cheiro nem fazia ruído a caminhar, mas o mais incrível foi não ter deixado um rasto de vento…
    (...continua...)

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    Segunda-feira, Dezembro 29, 2003

    História e poesia

    Palavras voam nas histórias,
    Frases sopram no céu.
    Não será fogo ardente sem véu
    Que apagará as suas memórias.

    Quem conta histórias antigas?
    Quem fala do mundo seu,
    Nunca viu, porque as escreveu?
    Ou são apenas algumas cantigas?

    Fado antigo, não o meu!
    Mãos de poeta quem não leu?
    Histórias do mundo seu,
    Que a alma nunca perdeu!

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    Terça-feira, Dezembro 23, 2003

    Imagem

    Este tópico vem mostrar ao participantes do Blog como se pode editar imagens no mesmo. Para tal tÊm que guardar a imagem numa homepage(http://homepages.sapo.pt e entram o url:blogpena.no.sapo.pt e com a password: leonardo). De seguida na vossa secção escrevem o que tiverem a escrever e de seguida no sítio onde querem deixar a imagem escrevem como está indicado no link "postar". No width metam antes 40%
    exemplo:

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    Domingo, Novembro 16, 2003

    Chuva…

    Céu cinzento, olhar fugitivo.
    Voz rouca na chuva que vai
    Chão alagado a olhar quem cai.
    É sempre pouca e sem motivo…

    Céu nublado, olhar desesperado.
    Voz grita e o vento canta.
    Na natureza tudo encanta
    E a arvore agita, o ramo quebrado.

    Céu escuro, olhar cansado.
    Voz hipnotizada e relampejante.
    O medo que atrai o amante
    Na trovoada amada, é o fado.

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    Terça-feira, Novembro 11, 2003

    Quem mente nada sente?!

    Será flor, será semente
    Que faz a vida correr
    Ao som de uma nascente?
    Será tarde, será poente
    Que a luz na sua corrente
    Dê a alma que é da gente?
    Será nada, será que sente
    As palavras de quem não mente?
    Será tudo, será em frente
    Quando a vida não apaga esse presente?

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    Terça-feira, Novembro 04, 2003

    Cor castanha

    A cor castanha…

    …está pintada na colina em frente…
    Aquela que me deixa contente...
    Estão as videiras a descansar
    E as castanhas na boca a estalar.
    Os passarinhos deixaram de voar,
    E o vento começou a soprar.

    O Sol na colina depressa se funde,
    E com o castanho que se confunde
    Com o negro, com o frio que surgiu.
    Quais pessoas, quem as viu?
    Com frio e com medo,
    Que o Outono as esconda mais cedo?!

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    Sábado, Outubro 25, 2003

    Murmúrio da escuridão

    Noite calada no murmúrio, na solidão colectiva. Descansam nela todos os seres que do dia fazem vida, mas há sempre alguém que na noite tudo tem. Filosofia de vida?! Diversão?! Trabalho?! Há porem quem dela nada tem, há quem dela tudo tem, mas quem faz dela vida?! Que proveito tira?!
    Que viagem nocturna navega no pensamento humano que o faça gostar da escuridão?! Magia, ou medo que ela seja verdade?!
    Insónias quem não tem?! Obrigações toda a gente tem, e será esta uma das razões para uma vida diferente do normal? Normal? O que será normal dentro de uma escala de obrigações e da falta de tempo para se conseguir viver com tudo o que se gosta? Sonhando?! Sonhando e sendo inconsciente nesse acto talvez seja uma solução satisfatória, pelo menos para a maioria. É com ela que alguns, ou quase todos, satisfazem as necessidades fisionómicas. Será mais saudável?! Pelos vistos sim!

    Mas afinal quem compreenderá a vida da gente que da noite faz dia?

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    Domingo, Setembro 21, 2003

    O que será afinal quando as palavras voam ?!

    Deitado olhando o infinito,
    Navego nas palavras
    Escondido no silêncio do mito,
    Nas obras, barcos perdidos.

    Soam ventos, soam marés
    Nas imagens a meus pés.

    Sonhando ouvindo o mundo
    Perdido nos seus sons
    Procurando bem fundo,
    As cores e seus tons.

    Chamam-lhe vento
    E sua graça não se vê,
    Sabemos que cria desgraça
    Quando alguém não o prevê.

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    Quarta-feira, Setembro 17, 2003

    Passeio preto e branco

    Passeio preto e branco em frente, na calçada de uma rua, caminho saltando nos brancos com medo de os pretos pisar… Não é medo que me faz desviar mas o ritmo de os saltar.
    Rostos pálidos, rostos coloridos, vozes que entoam mil e uma palavra, olhares tristes sem brilho, olhares reluzentes numa sinfonia de cores. E nesta diversidade passeio eu vendo as sombras das casas baixas e sem luz. No céu pombos voam no cinzento contrastante e gaivotas esbeltam-no com o seu voou conquistante.
    Olho o rio sem cor definida, nele há tons laranjas do reflexo estrelar, nele há tons sombrios dos barcos a estalar… Carregados de gente… E eu ali omnipresente, apenas contemplando a vida na sua forma de ser.

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    Domingo, Setembro 14, 2003

    Continuaçao...

    A quem pediu a continuaçao fica aqui a mesma:

    "Longe das letras eléctricas que costumavam vaguear no meu campo visual, longe da lapiseira viciada em matemática, longe de tudo o que é meu... Sinto no entanto que não preciso dessas coisas neste sítio, pois tudo em que me viciei, depressa pode ser esquecido... (Falo em bens materiais) Para quê estar sentado num computador quando nos podemos abstrair, ver o verdadeiro mundo e contempla-lo? Para quê ter um mundo tão idealizado? Quando ele é tão simples, quando apenas nós fazemos parte dele e não o contrário! Uma visão tão egocêntrica que manipula, constrói mas também destroi muito dos prazeres que ele nos deixa.
    Nesta caminhada vital que me encheu de novo de ambição e paz interior, deixei o abrigo dos meus antepassados...de regresso à agitação teatral de uma vida socialmente agitada."

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    Quarta-feira, Setembro 10, 2003

    Há algum tempo escrevi:
    "...É noite, e a escuridão que teima em deixar a chuva cair faz-me regelar na solidão...Uma noite procurada pelos murmúrios de uma sinfonia espiritual, onde a minha voz soletra intrinsecamente apelos luminosos a uma canção espacial.
    No tempo que passou dentro de mim pouco mudou, sinto o mesmo ar, as mesmas pessoas, e a respiração eleva em mim a sensação de pleno conforto. Sinto-me em casa, no local ideal neste espaço intemporal..."

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    Depois desta tremida tentativa de registo aqui estou eu blogtipado. Estes cabelos louros já começam a acusar a cervejola e depois do alcool desaparecer resta apenas a coloração. Aqui fica a minha 1ª contribuição que nada vem a acrescentar a esta cambada de blog-dependentes.
    Apenas fica um conselho, tratem-se... Falta aqui muita vitamina na carola.
    Niribinaimos violentamente...

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