Quinta-feira, Novembro 20, 2003

Voo.
Deixo o mundo para trás. Esqueço o mundo, o passado que me assombra a vida, os problemas que me perseguem, que teimam em persistir.
Sinto o ar na cara, não olho para baixo com medo de ver a terra fugir sobre meus pés.
Abro os braços e saboreio a liberdade que nunca senti. Sinto-a a entrar pelos poros de minha pele, misturar-se no meu sangue, fazendo bombear mais e mais o meu coração. Sinto o fresco ar na boca, saboreio-o, enquanto me elevo.
Viajo rumo ao azul, avisto as primeiras nuvens. O ar fica mais leve, dificil de inspirar. Sinto a humidade das proximidades de um castelo imaginário, enquanto se formam e escorrem pela minha face lágrimas de orvalho.
Furo o espesso céu branco, e tudo se torna mais escuro.
O céu deixa de ser azul. Agora é de todas as cores. Os violetas fundem-se com os amarelos que outrora namoravam os verdes.
Acelero. Junto os braços frios ao corpo e voo para o espaço.
Abro os olhos de espanto. Cheguei à noite.
Eternas, ali as estrelas não brilham, ficam imóveis assistindo a minha ascensão.
É tudo demasiado belo. Tento abrir a boca para puder respirar o perfume dos astros mas nada acontece.
O ar ali não existe.
Corro as mão para o pescoço enquanto asfixio. Falta-me o ar nas pernas, e tal falta vai subindo pelo corpo.
Olho para baixo e vejo a terra, vejo o que deixei, vejo o teu rosto.
Caio, imovel, inerte... morto.

Sobre o teu olhar o escrevi

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Terça-feira, Novembro 11, 2003

Felizes e Completos

Ana Isabel e Três Filhas.
Simples nomes de barcos, grandiosas homenagens às pessoas das vidas de seus donos.
Felizes pessoas são essas.
Tanto os homenageados, como os que através da humildade, conseguirão encontrar com quem partilhar a vida, seus momentos, sonhos, pensamentos.
Felizes aqueles que, em tempos, mesmo que por breve periodo foram completos.
Felizes os que encontraram a quem amar, que encontraram quem os amar.
Felizes os que vêm os frutos do seu labor, do seu empenho numa relação. Felizes os que têm filhos, descendência, mais e melhor do que nós.
Felzes os que conseguem, criar suas, novas, renovadas esperanças.
Feliz o mundo que se reune em seu cantar , em hino aos felizes e completos, em canções de alegria e reguzijo, em novas formas de celebrar a esperança inerente a nós, a esperança, o futuro, espelhados no doce olhar de uma singela criança.
Felizes são eles. Completos são eles.
Eu não.
Vivo feliz, se feliz se pode dizer, chamar, por eles, mas vivo só, triste em alma e existência.

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Liberdade em Ti

Voo.
Deixo o mundo para trás. Esqueço o mundo, o passado que me assombra a vida, os problemas que me perseguem, que teimam em persistir.
Sinto o ar na cara, não olho para baixo com medo de ver a terra fugir sobre meus pés.
Abro os braços e saboreio a liberdade que nunca senti. Sinto-a a entrar pelos poros de minha pele, misturar-se no meu sangue, fazendo bombear mais e mais o meu coração. Sinto o fresco ar na boca, saboreio-o, enquanto me elevo.
Viajo rumo ao azul, avisto as primeiras nuvens. O ar fica mais leve, dificil de inspirar. Sinto a humidade das proximidades de um castelo imaginário, enquanto se formam e escorrem pela minha face lágrimas de orvalho.
Furo o espesso céu branco, e tudo se torna mais escuro.
O céu deixa de ser azul. Agora é de todas as cores. Os violetas fundem-se com os amarelos que outrora namoravam os verdes.
Acelero. Junto os braços frios ao corpo e voo para o espaço.
Abro os olhos de espanto. Cheguei à noite.
Eternas, ali as estrelas não brilham, ficam imóveis assistindo a minha ascensão.
É tudo demasiado belo. Tento abrir a boca para puder respirar o perfume dos astros mas nada acontece.
O ar ali não existe.
Corro as mão para o pescoço enquanto asfixio. Falta-me o ar nas pernas, e tal falta vai subindo pelo corpo.
Olho para baixo e vejo a terra, vejo o que deixei, vejo o teu rosto.
Caio, imovel, inerte... morto.

Sobre o teu olhar o escrevi

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