Filmes da nossa vida...
Quantos de nos já nos sentimos identificados com um personagem de um determinado filme? Provavelmente faria mais sentido fazer a pergunta inversa…
Desde o filme de acção, passando por um thriller, drama, filme de terror até à comédia romântica certamente já nos reinventámos através do nosso pensamento projectando o nosso ego em cenários diversos. Esta forma de sermos vistos projectados nos filmes seria uma outra forma de entretenimento para além da trama principal do filme em si. Sem direitos de autor nem autorização de emissão vamos construindo películas que extravasam a nossa própria realidade ou a do filme que estamos a ver naquele momento, editando conforme os interesses da nossa mente.
Eu arriscaria que esta forma de nos projectarmos para fora da realidade estaria na génese do cinema em si como materialização daquilo que o cérebro humano sempre fez, ora durante o sono ou até mesmo em alguns momentos em que estamos acordados
Depois temos o suporte em que está guardado o filme que pode ir desde as bobinas de projecção em cinemas passando pelo VHS em formato magnético, sem esquecer o formato digital até chegar ao formato neuronal formado a partir das virtualmente infinitas possibilidades de ligação dos nossos neurónios entre si possibilitando uma combinação de cenários e personagens igualmente incontável. Se nos primeiros formatos o filme é unidireccional, nos últimos, as possibilidades de combinação entre neurónios conduzem a diversas possibilidades de desfecho resultado do estado físico/cognitivo/afectivo actual de determinado indivíduo. De certa maneira podíamos imaginar o nosso destino, o “filme” das nossas vidas, como resultado de sucessões de predisposições numa dinâmica de interacção de situações internas e externas inseridas num espaço/tempo determinado e variável a cada momento do nosso dia a dia.
Em genérico, o nosso cérebro tem a capacidade de “visualizar” o que nos vai acontecendo a nós ou até aos outros, realidade ou ficção e de construir na nossa mente uma reprodução mais ou menos fiel ao que aconteceu (memória), numa interacção mais ou menos intensa com outros fragmentos na nossa memória (criatividade). Em suma somos seres inteligentes com capacidades de tomar decisões a cada instante.
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