Blind
Amar-te é perder-me no sentido das coisas,No rasto do desejo que não é arma,
Mas gatilho.
Onde tu estás é natural que doa.
Começaste a cortar aqui e ali
Até a raíz se desprender, sem notares.
Arrancaste as palavras
(Uma
a
Uma)
Numa pausa para um cigarro.
Como não me perder
No lento e profundo mapa do teu corpo
Se descubro o teu rosto
E o escrevo no esboço do poema...
Voltei aos teus braços
E desapertei-te todos os nós
Com delicadeza,
Os meus dedos emaranharam-se em ti
E quis deixar-te ali a última linha
Gastando o meu corpo até que o dissesses
Teu.
Havemos de dizer
Para sempre
- Para sempre -
Nem que eu rasgue um pouco as minhas mãos
E o silêncio seja inacabável.
Porque não te deitas no meu colo
Enquanto a noite se apaga em ti?
Meu amor,
Devias ser o último a partir...
Vanessa Pelerigo
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3 Comentários:
Mais uma Jóia Vanessa ;)
Gostei muito.
Uau!
Estou abismado...
Um belíssimo P(elerig)oema, e uma das tuas melhores contribuições!
Óquei, são todas boas... mas umas são-no mais que outras ;)
Muito bom Vanessa.
Realmente cada vez escreves melhor. Os meus parabens
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