Terça-feira, Julho 06, 2004

Sangue

Doce e metálico sabor
Invadindo a minha boca
Travo quente e viciante
Dono de um odor enebriante...

Dor sentida mas anestesiada
De um golpe, mordo vorazmente
Uma, duas, mais uma vez
E sorvo o abundante líquido...

Pulsante, bombeado sem parar
Os meus lábios beijando
O prazer que provém da vida
lentamente terminando...

Raiados os meus olhos
Do mesmo que me mata a sede
Prazer, comunhão de dor
Orgia escarlate, festim de morte...

Vítima quase inerte, lívida...
Saciado, ergo-me e concedo
A misericórdia (talvez) divina
Um golpe, um gemido, escuridão...

Energia de Vida roubada
Agora, sendo minha...

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