Sexta-feira, Fevereiro 06, 2004

Apenas Sentindo... (2ª parte)

Sentei-me numa pedra por instantes a reflectir, a pensar mais pausadamente… apercebi-me que estava vestido com uns calções e uma camisa. Nos bolsos encontrei algo mas não me apercebi logo o que era… pela forma era uma fisga?! Não!? Para que precisaria eu de uma fisga ali? Podia ser que dê-se jeito mais tarde… Continuei a procurar, havia mais alguma coisa nos bolsos, um papel amachucado, daqueles plastificados… e uma pedra!
A minha arma de defesa estava completa… porque pensaria eu em arma de defesa?!
Ouvi uma voz ao longe, era o meu nome… Seria coincidência? Dirigi-me lentamente na direcção do chamamento. A voz era meiga e doce, tinha um tom assexuado, seria uma criança? Que mundo seria aquele, onde havia crianças na escuridão?
Passo a passo, entre pedras lisas e gélidas apercebo-me que os meus sons faziam eco várias vezes, seriam rochas à minha volta? Abri os braços a pouco e pouco até que sinto um dedo a tocar numa pedra, igualmente gélida, mas esta rugosa e mais robusta. Continuo a caminhar encostado à mesma.
A voz continuava a ouvir-se mas cada vez mais suave, notando-se um som de fundo, pingos de água a cair, estes entoavam como de um poço se tratasse… Há já algum tempo que tinha reparado que estava dentro de um gruta, e que andava aos círculos. Tinha começado a sentir alguma luz, mas como as pedras eram negras não tinha acreditado que era mesmo real. Já sentia a forma dos meus pés e das minhas mãos… de súbito, no fim da curva, tudo se transforma numa luz verde que invade o meu corpo. Não conseguia ver mais nada à minha volta, apenas tons verdes a reluzir…
(continua...)

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